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Café Restaurante Nicola
Por Joana Cardoso


Descrição

Inaugurado no século XVIII por um italiano chamado Nicola Breteiro, o Café Restaurante Nicola é um dos mais antigos da capital portuguesa. Recebendo o nome do seu proprietário, era conhecido na época como o “Botequim do Nicola”. Famoso desde os tempos da Rainha D. Maria II, o Café Restaurante Nicola recebia todos os dias nomes importantes da sociedade e cultura portuguesas, costumando encontrar-se no local o pintor Malhoa, o escritor e deputado Pato Moniz e muitos outros que aqui se sentiam em casa. Alguns estavam tão à vontade que o consideravam mesmo como uma segunda casa, o que era o caso do cliente mais famoso de todos os tempos do Café Restaurante Nicola, Manuel Maria Barbosa du Bocage.
Tendo estado muito tempo encerrado pelos conflitos entre intelectuais e polícias que aqui tinham lugar, foi em 1928 que um antigo empregado da casa, Joaquim Fonseca Albuquerque, adquiriu e voltou a dar vida ao espaço. É nessa altura que o local ganha a sua habitual e atual designação de Café Nicola que desde então se mantém inalterada. Reinaugurado a 2 de Outubro de 1929, este era um novo Café Restaurante Nicola, com uma renovada apresentação do espaço e algumas das imagens de marca que ainda hoje se mantém inalteradas. Data da época a fachada exterior do arquiteto Norte Júnior e a baixela de prata, bem como os interiores decorados a talha de madeira, ferros forjados e gloriosos lustres. Foi também nesta altura que foi colocada no Café Restaurante Nicola a icónica estátua em homenagem a Manuel Maria du Bocage, do escultor Marcelino de Almeida, e várias telas do poeta da autoria do pintor Fernando Santos. A última grande remodelação do espaço foi em 1935, quando foram substituídas as telas de Bocage por outras referentes ao poeta e da autoria do mesmo pintor. Foi também ajustada a decoração ao estilo da época, com o Café Restaurante Nicola a ganhar a apresentação moderna, déco e geométrica que ainda hoje fazem a delícia de quem visita o espaço.